Apesar do número recorde de eleitores aptos a votar, especialistas veem possibilidade de aumento na abstenção. Pandemia de Covid-19 é um dos fatores.O número de eleitores aptos a ir às urnas neste domingo (15), primeiro turno das eleições municipais, é o maior na história do país.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 147.625.767 pessoas poderão participar da votação em 5.567 municípios para escolha dos próximos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores entre mais de 550 mil candidatos.
As eleições deste ano foram adiadas de outubro para novembro em razão da pandemia da Covid-19.
Apesar do recorde de eleitores habilitados, cientistas políticos ouvidos pelo G1 avaliam que o índice de abstenção, que tem crescido nos últimos pleitos, pode aumentar neste ano.
Segundo eles, o descrédito dos políticos e, principalmente, a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 165 mil pessoas no Brasil, pode afetar o comparecimento às urnas.
Devido ao possível receio de contaminação por parte dos eleitores, o TSE ampliou em uma hora o horário de votação, definiu um horário preferencial para idosos, e estabeleceu uma série de medidas sanitárias, como o uso obrigatório de máscaras para acesso às cabines
O número de eleitores aptos a ir às urnas neste domingo (15), primeiro turno das eleições municipais, é o maior na história do país.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 147.625.767 pessoas poderão participar da votação em 5.567 municípios para escolha dos próximos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores entre mais de 550 mil candidatos.
As eleições deste ano foram adiadas de outubro para novembro em razão da pandemia da Covid-19.
Apesar do recorde de eleitores habilitados, cientistas políticos ouvidos pelo G1 avaliam que o índice de abstenção, que tem crescido nos últimos pleitos, pode aumentar neste ano.
Segundo eles, o descrédito dos políticos e, principalmente, a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 165 mil pessoas no Brasil, pode afetar o comparecimento às urnas.
Devido ao possível receio de contaminação por parte dos eleitores, o TSE ampliou em uma hora o horário de votação, definiu um horário preferencial para idosos, e estabeleceu uma série de medidas sanitárias, como o uso obrigatório de máscaras para acesso às cabines
Abstenção
O presidente da Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, tem dito que a grande adesão ao programa de mesários voluntários e o aumento no número de candidaturas são “boas razões” para se acreditar em uma alta presença de eleitores.
A média histórica de abstenção é de 20%, mas nós vamos tentar diminuir essa média. Vamos tentar criar um grande paradoxo, que é ter mais gente comparecendo à votação durante a pandemia, porque a democracia brasileira está precisando de participação e de revitalização”, afirmou o magistrado, durante seminário de direito eleitoral no fim de setembro.
Nas últimas eleições municipais, em 2016, pouco mais de 144 milhões de eleitores estavam aptos a votar. Na ocasião, o índice de abstenção no primeiro turno foi de 17,6%, o que representou mais de 25 milhões de ausências.
Em 2018, nas eleições gerais, a taxa de abstenção atingiu 20,3%, a maior desde 1998.
Para o cientista político Leonardo Barreto, diretor da Vector Análise, embora o TSE tenha adotado uma série de medidas, é provável que o nível de abstenção seja o maior da história.
Para Barreto, as campanhas eleitorais foram prejudicadas pela pandemia e pelo menor volume de recursos — e não devem conseguir mobilizar o eleitorado. A diminuição no número de debates e o esfriamento do clima político também devem contribuir, segundo ele, para uma maior ausência nas urnas.
“Você não tem fatores de mobilização. Pelo contrário, você tem um fator de desmobilização muito sério, que é o risco de contaminação”, afirmou o especialista.
Na avaliação de Pablo Holmes, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), mesmo com o horário preferencial, as pessoas mais idosas tendem a votar menos nestas eleições com medo de contrair a Covid-19. “Os mais velhos, que costumam votar muito, tendem a votar menos”, declarou.
O professor de Ciência Política Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que a eleição neste ano tende a ser “mais fria”, se comparada com as de 2018 e 2016.
“A pandemia seria o fator principal [para uma maior abstenção]. Mas acho também que não são eleições tão quentes como foram as anteriores, em que nós tínhamos uma polarização mais marcada. Acho que deu uma certa esfriada nisso”, afirmou Couto.
“Eleições mais quentes atraem mais gente. É só ver o que aconteceu nos Estados Unidos, onde o voto é voluntário, e teve um imenso comparecimento por conta de um cenário de polarização, radicalizado. Acredito que, no Brasil, a gente não vive esse momento agora”, disse o especialista.
Creomar de Souza, fundador da consultoria política Dharma, avalia que há uma tendência de crescimento no índice de abstenções por vários motivos — a necessidade de distanciamento social, a descrença na política e o fato de muitos eleitores não quererem fazer parte do processo.
“Em um ano tão duro quanto este [em razão da pandemia], sempre há o risco de as pessoas acharem que a presença na votação não causará diferença”, afirmou.
Para os especialistas, a apuração dos votos poderá não refletir os resultados das pesquisas eleitorais se as taxas de abstenção forem elevadas.
O presidente da Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, tem dito que a grande adesão ao programa de mesários voluntários e o aumento no número de candidaturas são “boas razões” para se acreditar em uma alta presença de eleitores.
A média histórica de abstenção é de 20%, mas nós vamos tentar diminuir essa média. Vamos tentar criar um grande paradoxo, que é ter mais gente comparecendo à votação durante a pandemia, porque a democracia brasileira está precisando de participação e de revitalização”, afirmou o magistrado, durante seminário de direito eleitoral no fim de setembro.
Nas últimas eleições municipais, em 2016, pouco mais de 144 milhões de eleitores estavam aptos a votar. Na ocasião, o índice de abstenção no primeiro turno foi de 17,6%, o que representou mais de 25 milhões de ausências.
Em 2018, nas eleições gerais, a taxa de abstenção atingiu 20,3%, a maior desde 1998.
Para o cientista político Leonardo Barreto, diretor da Vector Análise, embora o TSE tenha adotado uma série de medidas, é provável que o nível de abstenção seja o maior da história.
Para Barreto, as campanhas eleitorais foram prejudicadas pela pandemia e pelo menor volume de recursos — e não devem conseguir mobilizar o eleitorado. A diminuição no número de debates e o esfriamento do clima político também devem contribuir, segundo ele, para uma maior ausência nas urnas.
“Você não tem fatores de mobilização. Pelo contrário, você tem um fator de desmobilização muito sério, que é o risco de contaminação”, afirmou o especialista.
Na avaliação de Pablo Holmes, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), mesmo com o horário preferencial, as pessoas mais idosas tendem a votar menos nestas eleições com medo de contrair a Covid-19. “Os mais velhos, que costumam votar muito, tendem a votar menos”, declarou.
O professor de Ciência Política Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que a eleição neste ano tende a ser “mais fria”, se comparada com as de 2018 e 2016.
“A pandemia seria o fator principal [para uma maior abstenção]. Mas acho também que não são eleições tão quentes como foram as anteriores, em que nós tínhamos uma polarização mais marcada. Acho que deu uma certa esfriada nisso”, afirmou Couto.
“Eleições mais quentes atraem mais gente. É só ver o que aconteceu nos Estados Unidos, onde o voto é voluntário, e teve um imenso comparecimento por conta de um cenário de polarização, radicalizado. Acredito que, no Brasil, a gente não vive esse momento agora”, disse o especialista.
Creomar de Souza, fundador da consultoria política Dharma, avalia que há uma tendência de crescimento no índice de abstenções por vários motivos — a necessidade de distanciamento social, a descrença na política e o fato de muitos eleitores não quererem fazer parte do processo.
“Em um ano tão duro quanto este [em razão da pandemia], sempre há o risco de as pessoas acharem que a presença na votação não causará diferença”, afirmou.
Para os especialistas, a apuração dos votos poderá não refletir os resultados das pesquisas eleitorais se as taxas de abstenção forem elevadas.
Locais sem votação
Neste ano, não haverá eleição no Distrito Federal e no arquipélago de Fernando de Noronha, locais onde não há prefeitura nem câmara de vereadores.
Também não haverá votação neste domingo em Macapá, capital do Amapá. O pleito na cidade foi adiado pelo Tribunal Superior Eleitoral, após solicitação do Tribunal Regional Eleitoral do estado.
O adiamento foi motivado pelos reflexos das restrições no fornecimento de energia no estado, que começaram na semana passada após um apagão gerado por incêndio em uma subestação. As causas estão sendo investigadas.
Macapá tem 292.716 eleitores e 10 candidatos disputam a prefeitura da cidade; 527 buscam uma vaga na câmara de vereadores.
Neste ano, não haverá eleição no Distrito Federal e no arquipélago de Fernando de Noronha, locais onde não há prefeitura nem câmara de vereadores.
Também não haverá votação neste domingo em Macapá, capital do Amapá. O pleito na cidade foi adiado pelo Tribunal Superior Eleitoral, após solicitação do Tribunal Regional Eleitoral do estado.
O adiamento foi motivado pelos reflexos das restrições no fornecimento de energia no estado, que começaram na semana passada após um apagão gerado por incêndio em uma subestação. As causas estão sendo investigadas.
Macapá tem 292.716 eleitores e 10 candidatos disputam a prefeitura da cidade; 527 buscam uma vaga na câmara de vereadores.
Candidatos
O número de candidatos, entre prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, nestas eleições também é recorde. Segundo o TSE, foram registrados 557.394 pedidos de candidatura, dos quais 96,65% foram declarados aptos.
São 518,3 mil candidatos a vereador e 19,3 mil candidatos a prefeito. Mais de 24 mil concorrem à reeleição.
Nas eleições municipais de 2016, segundo o TSE, foram registrados 496.927 pedidos de candidatura.
Segundo especialistas, o incremento na quantidade de candidaturas é explicado pelo fato de esta ser a primeira eleição municipal após o fim das coligações proporcionais.
“Os partidos estimularam o lançamento da maior quantidade de candidaturas que eles podiam. Teve um número recorde de candidatos, que não foi gerado por uma mobilização, mas por uma mudança da regra, que fez com que os partidos lançassem chapas muito grandes de olho no quociente eleitoral”, disse Leonardo Barreto.
O quociente eleitoral define quantos votos cada partido precisa alcançar para conseguir uma cadeira nas câmaras de vereadores.
Para chegar a esse número, a Justiça Eleitoral calcula o total de votos válidos (excluindo brancos e nulos) e verifica o número de vagas em disputa. Se forem 100 mil votos e dez cadeiras, por exemplo, o quociente eleitoral é 10 mil.
O número de candidatos, entre prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, nestas eleições também é recorde. Segundo o TSE, foram registrados 557.394 pedidos de candidatura, dos quais 96,65% foram declarados aptos.
São 518,3 mil candidatos a vereador e 19,3 mil candidatos a prefeito. Mais de 24 mil concorrem à reeleição.
Nas eleições municipais de 2016, segundo o TSE, foram registrados 496.927 pedidos de candidatura.
Segundo especialistas, o incremento na quantidade de candidaturas é explicado pelo fato de esta ser a primeira eleição municipal após o fim das coligações proporcionais.
“Os partidos estimularam o lançamento da maior quantidade de candidaturas que eles podiam. Teve um número recorde de candidatos, que não foi gerado por uma mobilização, mas por uma mudança da regra, que fez com que os partidos lançassem chapas muito grandes de olho no quociente eleitoral”, disse Leonardo Barreto.
O quociente eleitoral define quantos votos cada partido precisa alcançar para conseguir uma cadeira nas câmaras de vereadores.
Para chegar a esse número, a Justiça Eleitoral calcula o total de votos válidos (excluindo brancos e nulos) e verifica o número de vagas em disputa. Se forem 100 mil votos e dez cadeiras, por exemplo, o quociente eleitoral é 10 mil.
Horário de votação
Com o objetivo de evitar aglomerações, o TSE decidiu ampliar em uma hora o período de votação no domingo.
Os eleitores podem votar das 7h às 17h. O período entre 7h e 10h é preferencial para eleitores com mais de 60 anos.
Com o objetivo de evitar aglomerações, o TSE decidiu ampliar em uma hora o período de votação no domingo.
Os eleitores podem votar das 7h às 17h. O período entre 7h e 10h é preferencial para eleitores com mais de 60 anos.
Medidas sanitárias
Além da ampliação de horário, deve ser disponibilizado nos locais de votação álcool em gel, para que o eleitor higienize as mãos antes e depois de votar.
O uso de máscara será obrigatório; quem chegar para votar sem a proteção deve ser barrado na entrada.
O TSE recomenda aos eleitores que levem a própria caneta para assinar o caderno de votações. Os eleitores também serão orientados a manter o distanciamento das demais pessoas e a ficar o mínimo de tempo necessário para votar.
Para evitar a contaminação, não haverá uso da identificação biométrica, que exige compartilhamento de objetos.
Quem apresentar febre neste domingo ou tiver sido diagnosticado com o coronavírus nos 14 dias anteriores não deve participar das eleições.
Além da ampliação de horário, deve ser disponibilizado nos locais de votação álcool em gel, para que o eleitor higienize as mãos antes e depois de votar.
O uso de máscara será obrigatório; quem chegar para votar sem a proteção deve ser barrado na entrada.
O TSE recomenda aos eleitores que levem a própria caneta para assinar o caderno de votações. Os eleitores também serão orientados a manter o distanciamento das demais pessoas e a ficar o mínimo de tempo necessário para votar.
Para evitar a contaminação, não haverá uso da identificação biométrica, que exige compartilhamento de objetos.
Quem apresentar febre neste domingo ou tiver sido diagnosticado com o coronavírus nos 14 dias anteriores não deve participar das eleições.



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